O TEATRO VEIO À ASSOCIAÇÃO

É costume dizer-se que todos nós somos atores, todos nós desempenhamos diversos papéis, desde que nascemos até morrermos, e atuamos num palco real que é a nossa própria vida. Mas o que é o teatro?

Para definirmos o que é o teatro temos que recuar no tempo, pois o ser humano primitivo já procurava expressar, através das danças dramáticas coletivas, os acontecimentos vividos no seu dia-a-dia. Com o tempo, estas danças viriam a sofrer evoluções, o homem passou a realizar rituais sagrados, muitos deles baseados em mitos, que contavam uma história de como uma determinada realidade veio a existir. Na Grécia antiga estes rituais serviam para representar as tradições e para o divertimento dos senhores nobres. Mais tarde os festivais anuais, principalmente em homenagem aos deuses da mitologia grega, evoluíram para cânticos, danças, e contavam-se histórias. Quando estas histórias começaram a ter diálogos entre personagens dá-se início à ação e surgem, assim, as primeiras apresentações de tragédias e comédias, normalmente realizadas em grandes círculos. Pode-se, deste modo, considerar que nasceu desta forma o teatro, cuja palavra deriva do grego “theastai” (ver, contemplar). Com o passar do tempo, o teatro grego veio a profissionalizar-se e começaram a aparecer os primeiros palcos elevados.

O mundo evoluiu e a arte de representar acompanhou essa evolução. Com o desenvolvimento tecnológico, o mundo assiste a uma grande evolução do teatro, nomeadamente ao nível da modificação do aparato técnico que envolve o espetáculo, ou seja, no âmbito dos cenários, luzes, sons e efeitos especiais.

Em Portugal, Gil Vicente é considerado o fundador do teatro português, no início do século XVI. Com a sua obra dramatúrgica viria a abrir portas para um modo literário que irá perdurar ao longo dos tempos.

No século XX, o teatro português reinventou-se com o aparecimento do género “revista” – uma forma cómica e satírica que incide fundamentalmente sobre o estado social e os problemas políticos do país.

Nos últimos anos, com a criação de companhias de teatro, o teatro nacional tem vindo a experimentar novos géneros, o que torna os programas mais diversificados e atrativos.

Em suma, o teatro sendo uma das expressões artísticas do homem mais antigas, veio para ficar, ocupa o seu espaço, e recomenda-se.

No passado dia 19 de maio, a Associação recebeu a Companhia de Teatro Soldadinhos dos Desejos, com a peça iPai, que em resumo retrata as peripécias da vida diária de uma família constituída por um pai divorciado e as suas duas filhas que têm personalidades e interesses completamente distintos, o empregado doméstico, Svetelina, que tem uma grande influência na família, principalmente ao nível das relações pai-filhas.

Uma peça acerca do choque de gerações que se focaliza em aspetos importantes da sociedade dos dias de hoje, as novas tecnologias e o modo como as mesmas podem influenciar os nossos comportamentos.

Trata-se de uma comédia com produção da Companhia Soldadinhos dos Desejos, com autoria, dramaturgia e encenação de Paulo Pereira, cenário e figurinos de Tânia Pereira. Conta ainda com supervisão audiovisual e luz de Manuel Geraldo.

Elenco: Paulo Pereira (Sr. Goulão), Raquel Alexandra (Mariana), Sofia Carô (Francisca), Nuno Tomás (Svetelina) e Harley (THE DOG).